Escrito por Ricardo Amaro | |
Quinta, 02 Fevereiro 2006 | |
Lisboa, dia 1 de Fevereiro de 2006. O longo e tão marquetizado evento inicia-se. Na plateia vários nomes sonantes ao nível governamental e europeu para ouvir Bill Gates, tais como: Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia; Pat Cox, ex-presidente do Parlamento Europeu; Siim Kallas, comissário europeu e vice-presidente para assuntos administrativos, anti-fraude e auditoria; Lucio Stanca, ministro da Inovação e Tecnologia italiano; António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados; e Patricia Botín, presidente do Banesto, são alguns dos intervenientes que foram acompanhados por altos quadros da Microsoft, incluindo o próprio Bill Gates. Do lado do Governo, houve intervenção do ministro da Administração Interna, António Costa, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, do ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, e do primeiro-ministro José Sócrates. A riqueza actual de Bill Gates não é novidade para ninguém, mas o que talvez surpreenda muitos é que a sua riqueza e a natureza do seu negócio não foram palmilhadas a pulso e suor como querem fazer crer. O pequeno Bill começou já com um milhão de dólares cedido pelo seu avô que era vice-presidente do Banco Nacional Americano. As negociatas históricas nunca foram completamente licitas e sempre se regeram por técnicas capitalistas agressivas de “takover”, “buyout”...
No seu discurso em Lisboa(*2), Bill Gates não acrescenta nada de novo ao desenvolvimento tecnológico mundial. Apenas consegue congregar numa sala adeptos e fãs que não perseguem nenhuma fonte visionária para o sucesso do mundo informático, nem nenhuma solução milagrosa de como resolver a pobreza mundial, mas sim uma fonte de inspiração de como enriquecer á custa dos povos. Incluindo o facto de ter criado uma fundação para espiar os seus "pecados", e que não mais é do que a aplicação de uma pequena parte do seu capital com o objectivo claro de limpar a sua imagem. Basicamente, existe um pensamento na maior parte das pessoas que assistem a este tipo de conferências: “Ele é rico e eu também o quero ser. Qual o segredo do seu sucesso?”. Não há nada de novo nisto, sabemos bem, mas o peculiar a desmascarar é que a própria imagem de Marketing criada á volta do nome “Bill Gates”, só por si, vende milhares de licenças de software, sem qualquer tipo de suporte extra e na maior parte das vezes é um péssimo software. O Governo Português, nomeadamente o PS na figura de José Sócrates, está a deixar, á semelhança do que fazia o governo PSD, que esta multinacional ganhe terreno e se enraíze neste pequeno pais á beira mar plantado, melhorando a sua imagem política e defendendo-se da multa de 497,2 milhões de Euros aplicada pela União Europeia (UE) à Microsoft por práticas anti-concorrência. A abertura às marcas concorrentes do sistema operativo Windows foi outras das imposições da UE.
Com os recentes desenvolvimentos das notícias e a eventual criação de um nova secreta, á margem do nosso parlamento, por parte do actual Governo, deixa uma interrogação: Que bases de dados dos cidadãos estão a ser criadas e qual o suporte informático utilizado? Não será este plano tecnológico, apenas uma parte visível de um plano de entrega dos nosso serviços ao capital estrangeiro? De acordo com a "Visão", o objectivo final, desta secreta, já delineado, passa, a médio prazo, pela fusão das três actuais secretas, as duas civis (SIS e SIED) e a militar (DIMIL - Divisão de Informações Militares), num único serviço de informações. Julgamos que o software utilizado será todo da Microsoft. Assim sendo, reafirmamos que o Plano Tecnológico, e agora temos a confirmação disto, tal qual vem sendo definido ao longo do tempo, é completamente descabido e não tem em consideração o verdadeiro estado da nação. Mas sim, serve os interesses de meia-dúzia, como já se tinha visto anteriormente. Mantemos a posição convicta de que é através de um desenvolvimento livre e sustentável que a tecnologia se desenvolve e não segundo as ideias monopolistas e ilegais de uma qualquer empresa. Aproveito para convidar a visitar a visitar o sitio europeu para o desenvolvimento livre: www.fsfeurope.org .
Referências: (*1) http://museum.sysun.com/museum (*2) http://www.microsoft.com |
sexta-feira, novembro 17, 2006
O Tio Bill e o Dinheiro dos Outros
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